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Insetos & Cia
GARANTIA CONTRA AS PRAGAS? OU UMA ARMADILHAS PARA AS EMPRESAS??? VAMOS FALAR DE GARANTIAS??? VAMOS FALAR DE GARANTIAS????
Não é de hoje que somos interrogados a respeito da famosa garantia de serviço. Esta questão é bastante polêmica e deve continuar a ser, já que há ainda muita desinformação no mercado.
Quando falamos em Controle de Vetores e Pragas Urbanas estamos falando de controlar organismos vivos, cuja biologia e ecologia nem sempre é totalmente conhecida. Estamos falando também de habitats urbanos, extremamente diversificados e que se modificam continuamente. Exemplifiquemos. Há poucos anos atrás não se falava com tanta frequência da infestação de formigas em, vejam só, equipamentos eletrônicos. Nos meus tempos de infância eu já havia visto baratas invadirem as antigas “vitrolas” – será que alguém sabe o que é isto? Os mais coroas, sabem. Estes antigos aparelhos de som eram albergues de baratas e cupins, porém, tão logo surgiram as técnicas de combate , por volta da década de 60, o controle destes animais era possível. Os tempos mudaram, as vitrolas se foram, porém outros micro ambientes surgiram – os computadores, por exemplo. E qual o organismo que começou a frequentar estes ambientes? As formigas, urbanas??? Migrantes??Quem sabe??? Muito se discute hoje a respeito destas e de outras criaturas, todas pertencentes ao mundo dos artrópodos, que conseguiram altos níveis de adaptação às mudanças ambientais humanas.
Trabalhar com o controle destes animais não é uma tarefa fácil. Não se trata de simplesmente aplicar um “veneno” e deixar a química magicamente agir sobre eles. Não podemos nos esquecer que nós também somos organismos vivos, susceptíveis também aos efeitos nocivos das drogas utilizadas, hoje cada vez menos tóxicas, porém ainda muito vilãs nesta guerra.
E é isto mesmo, uma guerra. Dos cem anos, dos mil anos, não sei. Acho que eterna, já que existe um círculo vicioso em que, a medida que inventamos novas drogas, as pragas buscam novas formas de evitá-las ou de metabolizá-las.
Mas estamos falando de guerras ? ou de garantias?. Das duas, que podem, para o consumidor terem o mesmo significado.
O cliente liga indignado para a empresa e brada, dentro das mais justas pretensões, que ele pagou não sei quantos reais por um serviço que tem uma garantia de x meses e que pouco tempo depois as pragas retornaram. E lá se vai o controlador de pragas, ansioso por atender o cliente e deixá-lo satisfeito, e aplica nova porção do caldo milagroso. O cliente se contenta, fica feliz com esta nova adição e o incidente está encerrado. Mas, espere, não acabou ainda, novamente as pragas retornam e, desta vez , o cliente está furioso, e com razão. Ele está frustrado por que acha que colocou dinheiro bom em um serviço ruim. Novamente segue o controlador de pragas a fazer o atendimento e cada vez ele está menorzinho, pois a cada chamada ou “repasse” a qualidade de seus serviços é contestada.
Esta cena repete-se diariamente em S. Paulo e em diversas outras cidades do país em que estes serviços são oferecidos, o que somente contribui para o descrédito de uma profissão que, naturalmente exercida por profissionais formados, é das mais difíceis. Lembro-me bem de um anúncio veiculado na TV Brasileira por ocasião da comemoração do Dia do Veterinário e mostrava as agruras da profissão , de Ter que lidar e curar, organismos diferentes, sistemas diversos, muitos desconhecidos pelos profissionais desta digna profissão, levando mordidas, arranhadas e outras coisas mais, em prol de lutar pela vida de outros seres que não o homem. O controle de pragas não foge muito deste conceito. E as garantias exibidas tem uma conotação muito frágil diante de todas esta problemática.
Na realidade, não podemos garantir que um ser sobreviva a um tratamento. Muitas variantes influenciam na recuperação : a saúde do organismo, a sua alimentação, o ambiente. Muitos fatores influenciam para que este organismo sobreviva. Olhando por outro ângulo, o controle de pragas tem a mesma conotação. Como garantir que os ratos, após uma determinada aplicação de uma dita substância, não retornem aquele terreno baldio??Como garantir a exclusão de pequenos insetos como as baratas, quando sabemos que elas entram por diversas aberturas, viajam em roupas, caixas e alimentos e são distribuídas no ambiente fabril por tubulações, pessoas e maus hábitos. Estas garantias são fictícias. O que se pode “garantir” é a assistência técnica constante e óbviamente, um nível de redução de pragas compatível com a capacidade do cliente em colaborar e participar do processo.
Uma empresa é um organismo, não necessariamente vivo, porém também repleto de variantes, de caminhos, tubulações, porões, forros, quartinhos, depósitos, lixões, e, principalmente de alimento. Este organismos empresa também adoece e ele somente se cura se seguir as prescrições médicas, se tomar todos os remédios, se evitar determinados alimentos, se seguir as posturas adequadas. Tomar mais medicamentos ou usar mais “venenos” pode ser um descaminho ao invés de uma solução para o problema. Nem sempre a solução está aí. E quase sempre é assim. A não ser que os produtos usados sejam muito diluídos ou mal aplicados. Neste caso o risco é o mesmo de quem compra medicamento falsificado. Nenhum profissional vai correr o risco de arriscar o seu nome e carreira por uma redução de mililitros na formulação. O problema é maior do que isto.
Temos que pensar não em garantias. Elas não trazem nada de positivo. Temos de pensar em assistência técnica constante, gerenciamento de processos, monitoramento, procedimentos de defesa e expulsão.
Se dependemos somente do produto inseticida , por exemplo, temos que pensar nos inúmeros substratos que existem no ambiente. Já foi prática corrente no mercado a instrução dada por alguns profissionais de que as cozinhas industriais deveriam ficar fechadas por no mínimo 24 horas, para garantir o “residual” do produto e o serviço per se. Esta prática abominável, que somente gerou intoxicações várias é um retrato de uma fase, em que a própria vigilância considerava como a fase das aplicadoras de saneantes domissanitários, conforma consta do Decreto 12342 e 12 479 do Código estadual de S. Paulo. O rótulo dos produtos profissionais indica claramente que os”residuais” oferecidos somente serão válidos se o ambiente estiver nos mesmos padrões de um laboratório onde o produto foi testado, sem agressões, sem sabões, sem detergentes, sem calor, sem ultra violeta, sem nada que o degrade ou que reduza a ação de suas moléculas. Ora, num ambiente urbano, habitado, isto é praticamente impossível. E não existem parâmetros confiáveis.
Hoje somos CONTROLADORES DE VETORES E PRAGAS URBANAS, um titulo pomposo e que descreve bem as nossas inúmeras e diversificadas atividades de controle. Não somo mais DEDETIZADORAS. Credo, que nome horrível, que relembra o nosso passado de luta contra as pragas utilizando o DDT, produto altamente tóxico e persistente mais de 20 anos no meio ambiente e do qual nos livramos na década de 80 por proibição nacional. Será???
Hoje nós somos profissionais biólogos, veterinários, agrônomos dentre outros, preocupados com as pragas, mas também, e principalmente preocupados com o meio ambiente. Imaginem o que acontece se distribuirmos raticida a vontade no ambiente, em áreas externas, e pássaros curiosos vierem buscar estas iscas. O que poderá acontecer? Simples – mortandade em massa. Filme, ficção? Não, acontece todos os dias, , só que não vai para os jornais, para a mídia. Somente por descuido. Por que , acidentes ambientais como estes ninguém quer divulgar, pois existem leis ambientais severas, que podem causar sérios problemas com a justiça. Mas é preciso que saibamos que usar produtos para as pragas, liberalmente, é irregular. Os rótulos e bulas explicam detalhadamente como fazer. Os profissionais se armam, estudam o assunto, se previnem, emitem documentos preventivos, educam. Mas , infelizmente, nem todos são profissionais. Temos que aprender a distinguir o joio do trigo. Uma empresa não se avalia por um grande anúncio, publicado em jornal ou outro meio qualquer. Avalia-se por sua carteira de clientes, por sua vida pregressa e principalmente, por sua estrutura. Quantos de nós já nos deslocamos para conhecer uma empresa controladora de pragas urbanas?? Muito poucos, com certeza. Preferimos comprar papel, documentos, orçamentos, referências???. Uma empresa estruturada, dentro da lei, dentro dos preceitos de segurança das pessoas e ambiente, é a sua garantia.
1/3/2001
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