Pesquisa: Listar todos Insetos & Cia
  Boletim Informativo No.: 9

Como se livrar do problema

Em primeiro lugar procurar PREVENIR examinando cuidadosamente a madeira
que está sendo comprada, na forma de móveis ou estruturas e manter durante a fase de
construção, a obra sempre limpa de madeiras infestadas. Após o problema instalado,
chamar uma boa Empresa, com boas referências, é uma boa medida. 0 Controle de Cupins é
caro e quando bem articulado elimina radicalmente a colônia instalada. Procure sempre
contratar especialistas no assunto, A interferência de leigos só poderá vir a
prejudicar, espalhando a infestação ao invés de controlá-la.



Conheça o seu Oponente

    Em qualquer profissão fica atrasado quem fecha os
olhos a Concorrência. No Controle de Pragas isto é uma lei. Se o profissional não tiver
o mínimo conhecimento que seja da atividade do inseto, formas de vida, habitat,
alimentação, ele vai Ter muito poucas chances de sair vencedor. Devemos fazer uma
distinção entre CUPINS DE SOLO e CUPINS DE MADEIRA. Apesar de ambos objetivarem o mesmo
tipo de alimento, são sociedades diferentes em termos de aperfeiçoamento. Os CUPINS DE
MADEIRA vivem única e exclusivamente em madeira com baixos teores de umidade. Sua
presença é detectada através de um pó granulado que os operários jogam para fora do
cupinzeiro. Este pó é constituído de fezes e restos de madeira roída. A aparência
interna de um Cupinzeiro de CUPIM DE MADEIRA geralmente é limpa e mostra as escavações
feitas pelos operários. Os CUPINS DE MADEIRA se reunem em pequenas sociedades que
permanecem escondidas atrás de uma fina película de madeira, cuja finalidade é somente
manter o micro clima e evitar a entrada de luz dentro do Cupinzeiro. No desenho abaixo
podemos avaliar como o estrago acontece e como os cupins se espalham dentro da peça
atacada.



    OS CUPINS DE SOLO se constituem em grupos sociais
organizadíssimos e muito determinados. Como o nome já diz, constróem sua habitação no
solo sempre próximo de fontes de celulose ( árvores, arbustos, árvores mortas, etc. ).
Precisam muito de umidade.



    Formam verdadeira cidades que chegam a populações de
200.000 habitantes. Em se tratando de insetos sociais, dividem as tarefas a serem
executada na colônia entre as diversas castas. Os operários executam a maioria das
tarefas e são aqueles que causam o maior dano às estruturas. Os soldados são
encarregados de defender a colônia contra os predadores. Eles não comem madeira e são
alimentados pelos operários. Tanto soldados quanto operários são cegos. Na primavera os
adultos alados, reprodutores, saem do Cupinzeiro no vôo nupcial. É o único momento em
que estes insetos são vistos fora do Cupinzeiro. Cada casal de cupins vai procurar um
novo local para iniciar um novo Cupinzeiro. A fêmea é que escolhe o lugar e o macho a
acompanha. Eles se transformarão no Rei e Rainha que irão suprir de novas formas o
Cupinzeiro por um período aproximado de quinze anos.



 



CUPINS .... Pequenos devoradores de economias.


CUPINS - UM EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO E
UNIÃO



Com a chegada da primavera observa-se também um dos mais
interessantes fenômenos na natureza



AS REVOADAS DE CUPINS.



    Todos
já devem ter observado que as noites quentes de primavera, mesmo nas atuais
desequilibradas condições climáticas, é comum observarmos uns insetos voando em volta
das lâmpadas; uns, não, milhares. Entram pelas casas, despertam o interesse de crianças
e animais. Uns ficam rodando em volta das lâmpadas, enquanto que outros caem no chão e
perdem as asas. Coitadinhos, dirão as crianças. Perderam as asinhas, estão machucados.
Na realidade o que todos presenciamos nesta época é o fenômeno da reprodução entre os
cupins, que também pode ser chamado de LUA DE MEL. É isso mesmo. É um vôo nupcial em
que machos e fêmeas se procuram desesperadamente para o encontro amorosa. Entre estas
espécies não há problema de habitação. Eles vão se arranjando como podem. O
principal é encontrar o companheiro. Feito isso saem a procura de um espaço. E isto o
homem tem de sobra. Mas como foi que tudo começou? Os cupins sempre viveram entre nós,
cidadãos cosmopolitas, ou são uma praga do fim dos tempos? Nem uma coisa nem outra.
Aliás a Segunda hipótese tem até uma certa coerência. Senão vejamos. Os cupins viviam
originalmente nas florestas e sua tarefa era transformar os restos de árvores e
vegetação em humus. Tarefa nobilíssima. Acontece que o " grande interferidor
", o homem, ao destruir as florestas transportou colônias de cupins dentro dos
milhares de metros cúbicos de madeira que tem sido usadas até hoje na confecção de
portas, janelas, móveis e até casas inteiras. Os cupins não tiveram outra alternativa a
não ser adaptar-se as novas condições. Eles procuraram alojar-se em lugares o mais
parecido possíveis com o habitat natural. Os cupins são sedentos por umidade e por
material celulósico, naturalmente, e para espanto de todos nós, sua adaptabilidade
chegou a tal ponto que eles aparecem nos locais mais incríveis, tais como. Atrás de
azulejos, dentro de alvenaria, concreto, dentro de tubulações elétricas, além de
aparecer nas peças de madeira. O cupim é um dos insetos mais antigos de que se tem
notícia, tem mais de 300 milhões de anos de idade. Apesar das diversas transformações
pelas quais a Terra já passou, o cupim resistiu, mostrando que ele é realmente um dos
animais de maior adaptabilidade no Planeta. Este fenômeno acontece hoje em S. Paulo,
cidade altamente desenvolvida, porém desordenadamente, ocupada. Bairros inteiros como os
Jardins, Higienópolis, estão, literalmente tomados por estes bichinhos. O que fazer?
Não há muito o que se fazer de forma radical. Há que se administrar o problema de forma
menos poluidora possível, passo a passo, porta a porta.



Do que se alimentam os Cupins

DO QUE SE ALIMENTAM OS CUPINS



    A UMIDADE é a palavra chave para a alimentação dos
cupins de solo. Eles sempre dão preferência a madeiras com alto teor de umidade. As
madeiras úmidas também favorecem o desenvolvimento de fungos que servem de alimento para
algumas espécies de cupins. A CELULOSE é a substância procurada por eles como alimento.
Ela é encontrada em árvores, vegetais e madeiramento em geral. Os cupins possuem em seus
intestinos organismos microscópicos, unicelulares, chamados de PROTOZOARIOS que se
encarregam de digerir a Celulose ingerida. Sem sua presença, isto não seria possível. A
procura de CELULOSE os cupins vão estragando e destroçando tudo o que os está separando
da fonte de alimento. São capazes de "construir" túneis fortes e bem
estruturados, subterrâneos ou aéreos, que vão servir de estrada para dar passagem a
força de destruição de milhares de operários famintos. São capazes de atravessar
pequenas rachaduras em concreto, alojar-se em tubulações onde passam cabos elétricos e
furar a proteção dos cabos, causando curtos-circuitos e até provocando explosões e
incêndios. São capazes de passear dentro de paredes, por dentro dos furos dos tijolos,
até alcançar uma porta, uma janela e até uma alcançar de um quadro pendurado na
parede. Seu estrago mais comum provem de um descuido durante a fase de construção de um
prédio, Entre um e outro andar, onde haja um vão oco, costumam ser depositados durante a
obra restos de madeira usados e geralmente infestados de cupins. Após a construção ser
completada começam a "pipocar" cupins de diversos pontos do apartamento, tais
como, tomadas elétricas, vãos de azulejos, pontos de luz, e, se não forem tomadas
medidas rápidas, para evitar que se alastrem os prejuízos serão cada vez maiores.




NERVOSO, mas ... com razão!!!

Lembro-me bem! Há alguns anos estava trabalhando normalmente, na minha
sala, quando ouvi um falatório, vozes altas, histéricas, vindo da sala anexa, de um
colega, o Gerente do Restaurante. De repente ouvi um forte barulho de algo metálico
caindo ao chão. 0 tumulto despertou a minha atenção e fui verificar o ocorrido. Um
operário, de modo agressivo, indignado, reclamava com o Gerente o fato de ter encontrado
uma BARATA no meio do feijão que lhe fora servido no almoço daquele dia. 0 fato foi
extremamente desagradável e poderia ter sido evitado com um perfeito trabalho de combate
às BARATAS. Mas, que o operário tinha razão de ter ficado nervoso, não havia a menor
dúvida.



Lucas de Paula Costa  (Engenheiro de Segurança do Trabalho)


 

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