Boletim Informativo No.: 30 AS BARATAS E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO AS BARATAS E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. Quanto mais soubermos a respeito de sua biologia, tanto melhor. Podemos buscar informações pelos mais variados caminhos. A literatura é um bom começo, apesar de existirem poucas informações em língua portuguesa. A opção seguinte e mais atrativa e, é claro, da moda, é a busca na WEB. É possível buscar, em lingua portuguesa, uma série de informações interessantes. O site da ABC EXPURGO (www.abcexpurgo.com.br) é um deles e apresenta uma série de alternativas interessantes de busca, inclusive nos números anteriores do Insetos & Cia, que estão esgotados. Basta digitar a palavra chave e as informações aparecem. Em lingua inglesa é possível navegar e buscar sites muito criativos a respeito do assunto. O mais famoso deles é o site www.nj.com/yucky chamado de o site mais “nojento” da internet. Na realidade a palavra yucky (que significa “nojento”) não tem uma conotação tão forte quanto a da sua tradução para o português. Na realidade, o site fala sobre diversas pragas e dentre elas, está a barata. Em tom de brincadeira, o site oferece informações bastante importantes e que podem até ser aproveitadas por profissionais da área. Se voce clicar em anatomia, obterá dados científicos a este respeito, porém em uma linguagem popular e acessível. Clique também no ítem Fatos Surpreendentes. Ao final de toda a pesquisa voce pode se submeter a um teste que vai indicar o quanto realmente voce aprendeu a respeito destas criaturas. Divirta-se. É também possível comprar baratas na web. O site intitula-se RONALD’S ROACHES – http://lonestar.texas.net/~iltemper/roach.htm e oferece especimens da barata gigante de Madagascar (Gromphadorhina portentosa) por somente US$ 20.00 um kit com 5 machos e 15 femeas. Infelizmente eles só remetem para clientes nos Estados Unidos. Mas não deixa de ser uma boa idéia para os emprendedores brasileiros. Uma das iniciativas mais corajosas já vistas utilizando estes insetos foi o filme Joe’s Apartment feito pela MTV e Warner Brothers. O filme conta a estória de um jovem –Joe – que vem do interior para a grande cidade, Nova York, em busca de uma carreira. Ao chegar , ele é imediatamente assaltado e fica praticamente com a roupa do corpo. Depois desse primeiro encontro com a cidade grande, ele sai em busca de um lugar para morar e, com muita sorte, acaba se acomodando num apartamento imundo cheio de baratas, que, ao final, se tornarão suas grandes amigas. Ele se apaixona por uma garota e um dia ele a convida para conhecer a sua casa. No melhor dos momentos, quando ele está no auge do romance, as baratas, suas amigas, mortas de curiosidade se acomodam num lustre para terem uma melhor visão da cena e se desiquilibram, caindo em cima do casal e quebrando todo o clima. É uma cena de arrepiar, mas muito engraçada. Joe’s Apartment é um filme muito educativo do ponto de vista sanitário, pois mostra tudo que podemos fazer para estimular a presença destes animais em nossa vida. Os truques são sensacionais e as coreografias feitas com as baratas dançando como se fosse um musical de Hollywood são geniais. Muitas das cenas foram feitas com especimens vivos de baratas e, tanto atores quanto o resto da equipe, tiveram um grande domínio sobre as suas emoções para poder trabalhar com estas “atrizes”. Vale a pena assistir o filme. Recomenda-se, no entanto, não assistir durante as refeições. Algumas cenas são um pouco fortes e podem perturbar o apetite. Se voce quiser saber um pouco mais a respeito de Joe e suas amigas baratas, pode também procurar na web , no site www.joesapt.com . O site é como um jogo, que inicia com a entrada no apartamento do Joe e clicando em cada canto voce acessa a páginas com informações biológicas, outros sites de interesse, e mais alguma coisa. Na literatura culinária é possível também encontrar algumas excentricidades. A mais recente publicação é de 1998 e o título “The Eat-A-Bug Cookbook de David George Gordon. O autor descreve 33 maneiras diferentes de preparar artrópodos; ensopados, grelhados, fritos, cozidos. A escolha recai sobre formigas, cupins, aranhas, besouros e até baratas. Ele só recomenda que se evitem os insetos muito coloridos, pois este é um sinal na natureza de que o animal é indigesto ou venenoso. De resto ele considera extremamente saudável para as pessoas e para o meio ambiente, o consumo de artrópodes, que são mais fáceis de serem criados, consomem menos “ração” e não ocupam nenhum espaço. Para os gourmets apreciadores de comidas exóticas, este livro é um “must”. BARATAS VOADORAS UMA PRAGA DO VERÃO BARATAS VOADORAS UMA PRAGA DO VERÃO Siriris revoam nas tardes quentes em busca de um companheiro; formigas abandonam os seus formigueiros em grandes bandos para acasalar e colonizar novos habitats; mosquitos, então, nem se fala. Rodeiam nossas cabeças, perturbam o nosso sono, deixam marcas na pele delicada das crianças, é um horror. Sem falar das formigas, das traças, dos borrachudos, das mutucas, dos ratos, etc..... Mas existe uma praga difícil de ser combatida e que está sempre presente no verão – as baratas “voadoras” , da espécie Periplaneta americana. As suas aparições seguem um padrão. Elas entram voando por janelas, portas; ao entrar nas casas se debatem fazendo um barulho característico e assustador. São também chamadas de “cascudas”. Costumam aparecer em banheiros e cozinhas de apartamentos de prédios altos. Não importa a altura. Elas se deslocam com muita facilidade. Este ano foi veiculada uma notícia nos jornais de que existem 200 baratas por cada habitante na cidade de São Paulo. Este número é óbviamente hipotético pois não foi feito até agora nenhum censo específico e publicado em editoria científica apontando estas cifras. Na prática, sabemos que este inseto é um habitante das canalizações subterrâneas, procurando espaços mais abertos, onde haja maior liberdade de movimentação. São insetos de hábitos crepusculares e noturnos e costumam com frequência habitar nas rêdes pluviais e de esgôtos em número incalculável. A vivência indica que por diversas vezes, foi possível observar a presença destes insetos, em grande número, dentro de caixas de gordura, tubulações de esgotos, redes de águas pluviais. Quanto maior a quantidade de resíduos orgânicos presentes, maior o número de espécimens encontrados. Em média, é possível encontrar de 500 a 5.000 baratas por visita, dependendo de vários fatores, tais como, tipo de matéria orgânica , tratamentos anteriores já efetuados, produtos anteriormente utilizados, extensão da rede, dentre outros. Os pontos mais infestados costumam ser aqueles próximos à área de alimentação e vestiários nas indústrias de uma forma geral. Nas indústrias de alimentos e farmaceuticas os resíduos decorrentes da higienização das áreas de produção são um excelente atrativo para estes insetos. Certa ocasião, assistindo a um trabalho de eliminação destes insetos, a medida em que a mistura inseticida era introduzida nas tubulações com mais intensidade, as baratas desesperadas saíam de dentro das tubulações e subiam as paredes anexas, subiam nas pessoas, caíam em jôrro de um respirador de um fossa séptica onde elas estavam congregadas. Os pássaros da vizinhança faziam vôos rasantes para banquetear-se com as inúmeras ninfas, de todos os estágios, e as adultas, que corriam em busca de uma salvação. Mas todo este esforço era inútil. Em pouco tempo, elas estavam todas mortas e o resultado era como um campo de guerra, com milhares de pequenos corpos, de perninhas para cima, forrando o piso. Somente naquela ocasião calculamos terem morrido pelo menos 5 mil baratas em uma única aplicação. Esta descrição curiosa reflete uma realidade bastante presente no cenário brasileiro. Como todas as pragas urbanas já o fizeram, as baratas pertencentes à espécie Periplaneta ameri-cana descobriram o seu nicho ecológico nas tubulações de esgôto e de água pluvial dos centros urbanos. Estas rêdes são normalmente ricas em matéria orgânica e contem água, além de se constituirem em um ponto seguro e abrigado, sem a presença de predadores. Estes tres pilares de sobrevivência são fundamentais para as baratas e para as pragas de uma forma geral. Além disso, o espaço é considerável. O adulto desta espécie tem cerca de 5 cm de comprimento e mais de 7 cm de envergadura quando está de asas abertas. Assim, ele necessita de espaço para se locomover e principalmente para distribuir as cerca de 90 bolsas de ovos que cada fêmea produz durante toda a sua vida. Ao contrário da espécie mais caseira, a Blattella germanica, a barata americana não carrega os ovos até a hora do nascimento. Ela produz os ovos, contidos dentro da ooteca e a libera, colando-a com saliva em locais de fartura de matéria orgânica, que darão condições de sobrevivência aos seus descendentes. Os indivíduos desta espécie vivem cerca de 440 dias e estão aptos para a reprodução em cerca de 6/7 meses. O CONTROLE O controle desta espécie não é muito simples, já que a simples aspersão de inseticida junto às bordas das caixas de esgoto não é suficiente. As baratas, ao sentir a presença do inseticida, geralmente o piretróide, se deslocam rapidamente para o interior das tubulações, onde o produto e o equipamento não alcança e lá permanecem até que não haja mais vestígios do produto. Em geral, o controle é obtido quando utiliza-se a nebulização da rede. Este processo exige planejamento, verificação das conexões internas das tubulações e vedação das possíveis entradas de inseticida nas áreas internas. Esta vedação é feita com plastico ou pano molhado aplicado sobre os ralos. Um outro aspecto importante a ser verificado é o do equipamento. Nem todas as nebulizadoras são seguras para serem utilizadas na rede. Alguns modelos, que trabalham com chama aberta, podem causar explosões dentro da rede, na medida em que a chama aberta entra em contato com os gases existentes nas tubulações e provoca a combustão. O ideal é trabalhar com equipamentos que não utilizam a chama aberta para produzir a neblina e assim o trabalho decorre de uma forma segura e eficiente. O controle de Periplaneta americana em tubulações começa com a introdução do bico extensor dentro de uma das entradas e observa-se o comportamento da neblina. A medida que ela vai caminhando pelas tubulações, vai irritando as baratas e elas vão saindo, cada vez mais, para morrer em seguida à saída. O trabalho deve ser repetido de acôrdo com o grau de necessidade da área. É importante lembrar que as tubulações de uma fábrica, por exemplo, estão interconectadas com as da cidade onde esta fábrica está localizada, recebendo dejetos de diversos pontos e com diversos pontos de infestação. A nebulização age de uma forma bastante abrangente mas tem que ser repetida periodicamente para garantir que os níveis de congregação dos insetos sejam controlados na área em tratamento. Caso contrário, as baratas que estiverem nas redes comunicantes, migrarão para estes pontos de matéria orgânica e voltarão a infestar a área. CONTRÔLE hIGIÊNICO-SANITÁRIO DE ALIMENTOS CONTROLE HIGIÊNICO-SANITÁRIO DE ALIMENTOS (LEGISLAÇÃO/GHP/GMP/ HACCP) Visando melhorar as condições higiênico-sanitárias envolvendo a preparação de alimentos e adequar a ação da Vigilância Sanitária, o Ministério da Saúde publicou a Portaria Nº 1428 de 26/11/93, recomendando que seja elaborado um manual de boas práticas de manipulação de alimentos, baseado nas publicações técnicas da SBCTA, OMS e Codex Alimentarius. Em agosto de 1997 foi publicada a Portaria Ministerial Nº 326 de 30/07/97, definindo melhor as condições técnicas para a elaboração do manual de boas práticas. Conseqüente a estas recomendações, no dia 12/03/99 o CVS do Estado de São Paulo publicou a Portaria CVS-6 de 10/03/99, “Regulamento Técnico Sobre os Parâmetros e Critérios para o Controle Higiênico-Sanitário em Estabelecimentos de Alimentos”. Este Regulamento Técnico tem por objetivo orientar as ações da Vigilância Sanitária nas inspeções e as operações de controle para os estabelecimentos produtores e prestadores de serviços de alimentação. O regulamento técnico descrito na Portaria CVS-6, foi um dos itens desenvolvidos no CBVS (Curso Básico de Vigilância Sanitária), realizado pelo Centro de Vigilância do Estado de São Paulo em 1998. Este curso teve por finalidade discutir conceitos, métodos e práticas, sinalizando as atividades de Vigilância Sanitária como sendo capazes de serem planejadas e não simplesmente trabalhadas a partir das denúncias ou das emergências. Teve também a intenção de incentivar a postura preventiva e educativa do trabalho de Vigilância, visando a saúde, e foi formatado em função da implantação e desenvolvimento das Vigilâncias Municipais, onde tentou-se escalonar os conteúdos técnicos por complexidade das ações, em uma coordenação temática e pedagógica que permita ao profissional desenvolver sua capacidade de reflexão. Todas estas publicações oficiais visam um melhor entrosamento entre o que se vai produzir com o que se vai fiscalizar, tendo como consequência um alimento com melhor qualidade higiênico-sanitária. Para isso, fica obrigatório nos estabelecimentos, a presença de um profissional que se responsabilize pelas técnicas de controle aplicadas (RT), a elaboração do manual de boas práticas de manipulação e processamento e o fluxo genérico de produção compatível com o planta do estabelecimento (Lay out). Neste sentido, o “Manual de Boas Práticas de Manipulação e Processamento” (GHP/GMP), deve ser um descritivo real dos procedimentos técnicos para cada estabelecimento em especial, envolvendo os pré-requisitos básicos para uma perfeita produção dos alimentos, entre os quais: responsabilidade técnica, controle de saúde dos funcionários, controle da água para consumo, controle integrado de pragas, regras para visitantes, controle das matérias-primas, adequação estrutural do estabelecimento . A partir destas condições básicas, deve-se definir o manual propriamente dito, envolvendo os procedimentos técnicos em relação a Higiene (pessoal, ambiental e alimentos), Pré-preparo/Preparação (recebimento, armazenamento, pré-preparo/preparação, cocção, refrigeração, congelamento, descongelamento, reaquecimento, porcionamento e distribuição, sobras, etc.) e Transporte dos alimentos. O MANUAL DE BOAS PRÁTICAS é fundamental para que se possa desenvolver qualquer outra metodologia complementar. Como suporte técnico para melhorar o entendimento e oferecer melhores condições de controle, a legislação recomenda que se aplique nas indústrias de alimentos o método HACCP (Análise de Perigos e Controle dos Pontos Críticos) e para os alimentos prontos para o consumo (cozinhas industriais e comerciais) a aplicação dos princípios do método HACCP. Devemos lembrar que o método HACCP estuda a análise dos perigos, relaciona os pontos críticos onde os perigos estão presentes e define os PCCs (pontos críticos de controle), ou seja, dependendo do fluxograma de cada preparação, determina as reais situações onde o controle deva ser realizado e o critério monitorado, para configurar a verdadeira segurança alimentar. Deve ser enfatizado que o método HACCP apenas estuda os perigos e indica os controles dos pontos críticos prioritários, proporcionando segurança aos alimentos (PCCs), sendo que, as condutas, procedimentos e critérios para o controle dos pontos críticos, devem estar descritos no manual de boas práticas, configurando as regras a serem seguidas para o controle higiênico-sanitário eficaz. Com isso, não existe método HACCP sem um manual de boas práticas elaborado e implantado. Todas estas adequações técnicas são fundamentais, porque os microrganismos estão se tornando mais resistentes aos nossos métodos de controle convencionais de tempo e temperatura, além de causarem quadros clínicos mais graves e constituírem um maior número de espécies patogênicas para o homem, sendo estudados como patógenos emergentes e reemergentes. Prof. Dr Eneo da Silva Jr. |
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