Pesquisa: Listar todos Insetos & Cia
  Boletim Informativo No.: 3

Quem nasceu primeiro?

 



O ovo ou o mosquito?



    A fêmea fecundada coloca os ovos soltos em águas
limpas. Os ovos são extremamente resistentes, podendo ficar até um ano, quando as
circunstâncias não são favoráveis, sem perder a capacidade de eclosão. Esta somente
vai ocorrer quando o ovo entrar em contato com a água. Os ovos transformam-se em larvas
ou martelinhos, como são popularmente conhecidas. Estas larvas são
extremamente agitadas, com movimentos sinuosos dentro da água, alimentando-se de material
orgânico depositado. Sua visualização é relativamente fácil, podendo ser
identificadas a olho nu. A diferença fundamental da larva do Aedes Aegypti em relação
as outras espécies é de que ela está sempre na posição perpendicular em relação a
superfície da água. Após um período que varia de 5 a 10 dias ocorre outra mudança,
desta vez para fase pupal. Nesta fase o mosquito não se alimenta e acontece então a
grande transformação quando ele emerge do casulo pupal para reiniciar o ciclo
biológico. O mosquito leva somente cerca de 14 dias para completar este complexo ciclo e
sua vida média chega a 45 dias. Machos e fêmeas já estão sexualmente maduros 24 horas
após o nascimento. O macho vive somente por 7 dias e alimenta-se unicamente de sucos
vegetais. Após ser fecundada pelo macho a fêmea procura uma fonte de sangue, que poderá
ser o homem ou um animal doméstico.



Somente após esta primeira refeição que ela está em condições de
iniciar a postura dos ovos.



 



A Dengue dói?

 



    A Dengue também é conhecida como febre quebra-ossos em
razão dos seus sintomas característicos: calafrios acompanhados de muitas dores pelo
corpo, cabeça e articulações, muita febre, prostração e erupções na pele. Após o
indivíduo Ter sido contaminado pela doença, esta permanece incubada em seu organismo por
um prazo de 3 a 15 dias. Todos os humanos são sensíveis a Dengue, porém ela é mais
benigna em crianças. O período de convalescença é lento, exigindo bastante repouso e
boa alimentação. O paciente deve ser isolado para não tornar-se um infectante potencial
e portanto atingir mais pessoas.



 



A Dengue tem vacina?

 



    Não há vacina contra a Dengue. A única forma existente até o
momento é a de se combater o mosquito reservatório-transmissor com a ajuda de
inseticidas e da colaboração ativa da população ameaçada. A exemplo da epidemia que
aconteceu em Cuba em 1981, o combate ao Aedes Aegypti só terá sucesso se forem adotadas
medidas de caráter preventivo-educativo aliadas a utilização de inseticidas. Estes são
uma excelente arma no combate das fases alada e aquática, porém devem ser utilizados de
tal forma a não colocar a população em risco. Em outras palavras, adotando-se medidas
educativas e de modificação do meio-ambiente, estaremos reduzindo drasticamente as
necessidades de utilização de produtos tóxicos, com resultados muito melhores e mais
permanentes. Do ponto de vista do combate são utilizados inseticidas que vão agir sobre
os mosquitos adultos na forma de FOG.



    Estes inseticidas devem ser usados na hora de maior atividade do
mosquito, ou seja, durante o dia. A larvas devem ser combatidas nos criadouros naturais
com a ajuda de larvicidas pulverizados. Os criadouros mais comuns são pneus ao ar livre,
oficinas de desmanche de carros, terrenos baldios com entulho que propicie a formação de
poças, tambores e caixas d’água destampados, calhas obstruídas, bebedouros de
animais, latas e garrafas vazias, vasos de flores, vasos de flores em cemitérios. Uma
campanha educativa bem conduzida pode reduzir em muito o número destes criadouros,
reduzindo proporcionalmente a quantidade de inseticida a ser usado. A campanha não deve
porém se restringir aos meses em que o Aedes está mais ativo; deve-se ativá-la o ano
todo.



    Nas áreas industriais o Depto de Segurança e a CIPA são os
elementos mais adequados para desenvolver um trabalho desta natureza, apoiados, é claro,
pelo Médico responsável de empresa. Em resumo, quando falamos em endemias, em especial a
Dengue, a prevenção é o melhor remédio. Uma orientação adequada com suporte
educacional e a utilização racional de produtos químicos conduz a resultados
surpreendentes.




AIDS X MOSQUITO

 



Uma dupla mortal?...



    Muito se tem discutido sobre a participação ou não dos insetos na
transmissão da Aids. Em meados de 1986 surgiram as primeiras especulações a respeito
quando os cientistas do Instituto Pasteur detectaram o vírus da Aids em amostras de
baratas, carrapatos, mosquitos coletados no Zaire e na República Central Africana. Esta
alarmante descoberta tirou o sono das autoridades de Saúde principalmente nos países
originários da doença. Depois de muita celeuma a respeito, as conclusões mais
atualizadas é de que não existem evidências concretas de que os mosquitos sejam
co-participantes na transmissão da Aids. Na verdade, o vírus permanece no organismo do
mosquito por cerca de 3 dias mas não se multiplica como no caso da malária, por exemplo.
Em locais de alta incidência, como na cidade de Belle Grave, na Flórida, USA, nas
pesquisas efetuadas em grupos de crianças e idosos não se constatou a presença do
vírus. A conclusão é a de que se os mosquitos tivessem participação ativa na
transmissão estes grupos provavelmente seriam os mais atingidos. A preocupação no
entanto permanece e há estudos atuais verificando a relação de outros insetos sugadores
tais como percevejos, carrapatos, piolhos na transmissão da Aids.



Dengue  -  Como ocorre a transmissão?

 



    A transmissão da Dengue não ocorre por contato direto com
indivíduos infectados. O mosquito é o elo de ligação. O mosquito pica uma pessoa
contaminada pelo vírus da Dengue. Num prazo de cerca de 10 dias o mosquito já é
considerado infectante, ou seja, apto para disseminar a doença e assim permanece durante
toda a sua vida. O vírus da Dengue encontra no organismo do mosquito adulto condições
para multiplicar-se alojando-se nas glândulas salivares do inseto. Este, ao picar um
indivíduo sadio, introduz na vítima uma substância anti-coagulante que contém o
vírus.



 



Quanto custa o combate a Dengue?

 



    Tanto menos quanto melhor e mais elaborado for o planejamento. Os
custos de divulgação do tema com folhetos, cartazes, faixas, são muito pequenos, ainda
mais de considerarmos o benefício que estas Campanhas geram para a indústria, a
comunidade próxima e, por efeito cascata, a todos os familiares dos funcionários da
empresa. Os custos com a aplicação de Inseticidas também não se constituem em grande
obstáculo, sendo amplamente reduzidos quando utilizados com racionalidade e
responsabilidade.




Você sabia que...?

 



Na sociedade dos
mosquitos os machos são marginalizados. Em primeiro lugar, somente a fêmea é que tem
direito a uma refeição de sangue, em prol da filhotada; os machos, coitados, vivem de
sucos vegetais. Em segundo lugar, a função dos machos é de fertilizar as fêmeas uma
única vez e morrer em 7 dias. Já as fêmeas vivem mais de 45 dias.



Os mosquitos
possuem uma tremenda capacidade de reprodução. Uma fêmea pode produzir de 50 a 500 ovos
por postura. Se considerarmos que ela chega a Ter 10 posturas durante toda a sua vida, com
200 ovos por postura, uma só fêmea poderá produzir 20 milhões de descendentes. Imagine
então o que fariam milhares de fêmeas? Nem é bom pensar...



Para que uma fêmea
mosquito possa alimentar essa fantástica taxa de reprodução, ela ingere nada mais nada
menos do que duas vezes e meia o seu peso por refeição. Isso equivale a 200 Kilos de
comida para um adulto normal. Haja sangue...



Se uma fêmea for
infectada com o vírus da Dengue ela não produzirá descendentes igualmente infectados.
Estes só se tornarão portadores da doença se picarem um indivíduo com Dengue.



Dengue   -   Uma ameaça com asas

 



São Paulo vivenciou um dos verões mais assustadores em termos
epidêmicos.   A Dengue e a Leptospirose permaneceram durante meses nas
manchetes, assustando a população e comprovando mais uma vez a tese prevencionista no
controle de pragas.



    É
um fato cultural que o brasileiro só se lembra de comprar extintor na hora do incêndio.
Com exceção das profissões diretamente relacionadas com os propósitos prevencionistas,
o conceito em geral quando se fala em extermínio de pragas se resume em atacar o problema
de uma forma imediatista, sem muito planejamento ou previsão. Os resultados deste
comportamento geralmente resultam em serviços cujos objetivos são parcialmente
atingidos.



    O retorno da Dengue às manchetes e ao rol de
preocupações dos brasileiros é mais um exemplo disso. Todos sabem do pouco que tem sido
feito a nível governamental em prol da saúde do nosso povo. O controle das endemias:
febre amarela, dengue, esquistossomose, raiva, etc. exige investimentos constantes,
através da compra de equipamentos, já que o desgaste é intenso em razão do contato com
produtos químicos em geral corrosivos, produtos, treinamento da mão de obra, etc.



    Segundo o que foi amplamente divulgado nos jornais, os
órgãos ligados às endemias perderam o seu poder de fogo, já que foram durante tanto
tempo privados do mínimo para exercerem suas atividades. A consequência direta é o
retorno da Dengue atingindo principalmente os estados do Rio de Janeiro e S. Paulo. Em
1990 foram constatados 26.000 novos casos de Dengue no Rio de Janeiro. Em S. Paulo os
casos chegaram a 5.097. Veja a tabela da progressão da doença em São Paulo.



    Há uma previsão do cientista Sérgio Arouca,
ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz de cerca de 200 a 300 mil casos de dengue
hemorrágico no Rio de Janeiro em um futuro próximo implicando num gasto de 60 a 100
milhões de dólares no combate ao mosquito num prazo de 5 anos. A presença do vírus
tipo 2 responsável pela Dengue Hemorrágica é uma ameaça para as populações que já
vivenciaram um surto de Dengue tipos 1, 3 ou 4, pois as vítimas serão aquelas que tenham
sido anteriormente infectadas e desenvolvido anticorpos contra o vírus tipo 1. A forma
hemorrágica da Dengue é letal em até 50% dos casos. Em 1981, em Cuba 344.203 pessoas
contraíram o vírus da Dengue Hemorrágica, com 50% de internações e 158 óbitos. Na
época foi necessário um grande esforço das autoridades de Saúde aliado a um trabalho
muito sério de conscientização da população que colaborou para que a doença fosse em
pouco tempo erradicada da ilha. É evidente que quando falamos de Brasil, estamos falando
de um país de proporções continentais e que naturalmente vai demandar esforços
infinitamente superiores. No entanto, acreditamos que o mais importante de tudo na luta
contra a Dengue é a participação da população através de um trabalho sério e
persistente de conscientização. Com a chegada dos meses mais frios reduzem-se os casos
de Dengue devido a diminuição da atividade dos mosquitos transmissores, porém este
período de descanso não deve ser desprezado e sim encarado como uma época de preparo de
campanhas, planejamento de pulverizações e de contínua vigilância com relação aos
possíveis focos de proliferação.



    Sim, porque o mosquito da Dengue, o Aedes Aegypti não
escolhe lugares sujos para sua ovipostura e sim águas limpas dentro de plantas,
bebedouros de pássaros, vasos de flores em cemitérios, pneus, etc. Agora, é preciso
saber o que procurar para nos defendermos desta praga. O mosquito é um inseto
holometabólico, ou seja, de metamorfose completa. Ele passa por 4 fases distintas, nas
quais a sua aparência muda e os sistemas de captura e vigilância se adaptam a cada uma
delas. Vamos saber um pouco da biologia destes insetos.



 


 

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