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  Boletim Informativo No.: 13

A Frequência no controle de roedores

A Frequência no controle de roedores

A determinação das periodicidades para se estabelecer um Programa de Controle de
Roedores está baseada numa lei básica e fundamental, que é a biológica. Consideramos
que o rato (nas três espécie principais, Rato norvegico, Rato preto e Camundongo) é um
animal altamente prolífico. Em condições ideais uma fêmea pode produzir uma prole a
cada 28 dias em média. Esta mesma fêmea pode entrar no cio somente 3 dias após o parto.
Esta extraordinária capacidade de reprodução nos dá indícios claros quanto a
freqüência a ser adotada na Desratização. Estamos falando de áreas com determinadas
características que facilitam a migração e reprodução destas pragas, tais como,
presença abundante de alimentos, abrigo, água, proximidade de rios, favelas, terrenos
baldios, etc. São muitos os fatores que propiciam a proliferação dos Ratos e cada caso
deve ser analisado em separado. É evidente que áreas isoladas, sem presença de
quaisquer dos fatores citados, podem ser tratadas com uma seqüência de 2 a 3
aplicações e o extermínio estará garantido.



Nas grandes cidades os fatores pró ratos são abundantes, além da presença de uma
extensa rede subterrânea, que é a rede de esgotos, que interliga toda a cidade,
facilitando o acesso de Ratos ao alimento, proporcionando abrigo e por conseqüência
estimulando a sua proliferação. Não acreditamos ser possível efetuar um controle de
ratos nas circunstancias descritas, com periodicidade superiores a 30 dias. Procuramos
deixar evidente neste artigo que todo o Controle de Pragas não é um trabalho estanque.
Ele é determinado por uma série de fatores externos que devem ser bem examinados para
que este trabalho venha realmente trazer benefícios e não malefícios ao homem.




Como programar o controle de Insetos e Roedores?

 



Ao programar um eficiente Programa de Controle de Pragas nos
deparamos com perguntas do tipo:



Podemos tratar o Restaurante a cada seis meses?



É suficiente uma aplicação por ano para o efetivo controle de
roedores?



Vamos analisar a questão dividindo o assunto em duas partes -
Insetos e Roedores.



DESINSETIZAÇÃO - Com que frequência?


OS PRIMÓRDIOS



    Esta atividade em nosso país tem seguramente uns 35 anos de vida.
Naquele época eram muito populares os inseticidas clorados, de alto efeito residual, que
foram amplamente usados durante a II Grande Guerra. Estes inseticidas (DDT, BHC, ALDRIN,
DIELDRIN, CLORDANE) foram abolidos do território nacional desde 1985, por um Decreto
Federal. O mais famoso de todos eles é sem dúvida o DDT. Esta substância foi descoberta
por um entomologista suiço, Paul Muller, e lhe rendeu o prêmio Nobel de Medicina em
1948. Mais de 2 milhões de toneladas de DDT tem sido usados no mundo desde 1940 e cerca
de 80% desta quantidade foi usada na Agricultura. Nos Estados Unidos, em 1961, foram
produzidas 80 mil toneladas do produto. A agricultura se beneficiou muito do DDT. Do ponto
de vista de Saúde Pública o DDT mostrou-se eficaz no combate aos mosquitos transmissores
da malária e da febre amarela, contra ectoparasitas e pulgas vetores da peste negra.
Além disso tudo o DDT é um produto extremamente barato, chegando a custar cerca de 44
centavos de dólar o quilo. Um decreto federal americano de 1973 aboliu definitivamente o
DDT, considerado pela EPA-USA (Agência de Proteção ao Meio Ambiente) como um agente
ameaçador ao meio ambiente devido à sua longa vida residual e à sua acumulação na
cadeia alimentar, quando foi comprovada a sua ação mortífera a determinadas formas de
vida.



ARGUMENTOS CONTRA O DDT



    Vale a pena mencionar alguns pontos em que foram alicerçados os
argumentos para banir a substância DDT do território Americano e, em segunda instância,
do Brasil. O primeiro ponto a considerar é a sua estabilidade. O DDT é persistente, isto
é, sua estabilidade química proporciona ao produto uma vida longa no solo e na água,
assim como em tecidos animais e plantas. Esta substância não é degradada por
microrganismos, enzimas, calor ou pela luz ultra violeta. O DDT é praticamente insolúvel
em água, porém muito solúvel em meio gorduroso, e como conseqüência de sua
resistência ao metabolismo, é armazenado no tecido gorduroso de qualquer animal que
tenha ingerido o DDT através de alimentos contendo esta substância. Como o DDT não é
degradado no organismo, ele se acumula entrando diretamente na cadeia alimentar. Como um
exemplo disso temos o gado que libera uma grande parte do DDT ingerido na gordura do
leite. As pessoas bebem este leite e comem a carne do animal, ingerindo consequentemente o
DDT.



    Bull e Hathaway em seu livro surpreendente "Pragas e
venenos:Agrotóxicos no Brasil e no Terceiro Mundo" , nos relata, entre outros fatos,
um trabalho publicado pela CETESB em 1984 demonstrando a presença de inseticidas no meio
ambiente. Em uma análise do leite de 25 mães lactantes de S. Paulo foi constatada em
todas elas presença de resíduos de BHC e DDT. Em uma análise de 17 amostras de quatro
marcas de leite comercializados na capital Paulista no Instituto Adolfo Lutz, da
Secretaria da Saúde do Estado de S. Paulo, constatou que todas apresentaram teores de
BHC, com um valor médio de 0,03 ppm, uma concentração sete vezes superior à
tolerância estabelecida pelo CODEX, de 0,004 ppm. Das 120 amostras de carne bovina
analisadas, todas revelaram em média, conterem o dobro da tolerância de BHC (1).



    Analisando amostras de queijo o mesmo instituto revelou existirem
resíduos que variavam de 1,45 a 13,5 vezes a tolerância permitida pelo CODEX (Comissão
Conjunta da FAO e da OMS encarregada de estabelecer critérios, tolerâncias, etc. para o
uso de agrotóxicos)(1).



VOLTANDO AO ASSUNTO



Mas estamos falando de periodicidade. O que toda esta história do DDT tem a ver com
isso? Quando falamos dos primórdios da DEDETIZAÇÃO no país falamos de produtos que
"protegiam" o ambiente contra insetos por seis meses a um ano ou mais. Com a
proibição dos organoclorados não se pode mais falar em residuais tão prolongados.



É sabido que, apesar das proibições existentes, os inseticidas clorados ainda são
comercializados no país. Isto se deve às qualidades principais deste produto: barato e
duradouro. A exigência, portanto, de Garantias extensas, impossíveis de serem oferecidas
utilizando-se na Desinsetização produtos de concepção moderna, com pouca persistência
no meio ambiente e altamente degradáveis, faz com que algumas empresas menos esclarecidas
lancem mão de produtos organoclorados, colocando em sério risco pessoas e produtos.



Um outro importante aspecto a ser considerado é o substrato, ou seja, a superfície
onde o inseticida seja aplicado. Há um interessante trabalho publicado no periódico
inglês "International Pest Control" que fala da redução das propriedades
inseticidas de uma substância quando a superfície onde ela é aplicada está gordurosa.
Esta é uma característica comum em Cozinhas Industriais. O trabalho sugere ao final que
áreas sujeitas à presença de gordura recebam aplicações de inseticida com mais
freqüência para compensar a redução de sua eficiência em tais locais(2). Esta
pesquisa só vem complementar o nosso ponto de vista que vai responder as perguntas
iniciais. Acreditamos que é necessário optar por substâncias cada vez menos
persistentes no meio ambiente para nossa própria segurança. Em áreas onde há uma
constante entrada de insetos devido a grande atratividade existente, recomenda-se, no
mínimo, que se utilizem inseticidas de baixo a baixíssimo residual em freqüências que
variem de 15 a 30 dias, a depender da observação do técnico. Em certos casos, medidas
de Housekeeping podem manter as frequências com intervalos de 30 dias.



Após a Desinsetização, a recomendação é que se mantenha o ambiente fechado o
menor tempo possível (de 2 a 6 horas no máximo), proceda-se ao arejamento e em seguida a
uma limpeza completa. Em áreas de preparo e fabrico de alimentos estas medidas são
indispensáveis.


 

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